sábado, 26 de dezembro de 2015

Um balanço de 2015





O fim de ano não fica completo se não rolar um pequeno balanço. E 2015 para mim vou um ótimo ano por diversas razões. A primeira é que tive momentos gloriosos de paz depois de um 2014 muito turbulento. Pude respirar e voltar minhas atenções ao que acontece bem lá no fundo da minha alma. Aprendi muita coisa nesse caminho, especialmente o verdadeiro significado da palavra autoconhecimento. Depois de um período de choque por me conhecer tão a fundo cheguei à conclusão que sim, sou bacana, com minhas qualidades e defeitos. Aos poucos deixo para trás essa horrenda mania de perfeição, que só serve para nos levar para o buraco.


A segunda razão é que foi um ano em que aprendi a duras penas a respeitar as diferenças, a julgar menos os outros. Tive um pouco de dificuldade de adaptação no trabalho por conviver com pessoas tão diferentes e termino 2015 com a certeza de que não existe nada mais enriquecedor do que isso. É muito fácil ser “iluminada” convivendo com pessoas que pensam exatamente como eu. Desafiador mesmo é ouvir o outro lado e perceber que eu não estou com a verdade absoluta. Achei isso lindo demais da conta. Agora, no fundo no fundo, eu rezo para que Deus coloque no meu caminho pessoas que me obriguem a crescer.


O terceiro motivo é que 2015 foi um ano de destravar muitos assuntos pendentes. O mais importante deles, como todos sabem, foi finalmente ter criado coragem para reabrir o processo para tirar a carteira de motorista. E foi um sucesso tremendo, totalmente creditado à minha terapeuta. Percebi os medos que me impediam de levar adiante a ideia e, com a carteira em mãos, tenho barbarizado muito no trânsito de Goiânia. Também iniciei o processo de compra do meu apartamento com o Rodrigo. Só de pensar que em 2016 estaremos lá já me dá vontade de dar pulos de alegria!


Este ano também me aprofundei na terapia e vi meus muitos conflitos internos. Percebi que para ter uma vida feliz eu simplesmente tinha de parar de culpar as pessoas pelos meus problemas. Claro que a vida é feita de imprevistos, é impossível controlá-la, mas grande parte do nosso sofrimento é causado por nós mesmos. Tomar consciência disso foi libertador. Sabe aquele clichê de que a chave da felicidade está nas nossas mãos? É a mais pura verdade.


Em busca de muita endorfina e de me libertar da prisão da minha mente, acabei investindo muito esse ano em yoga, meditação e exercícios físicos. Descobri que minha missão de vida precisa passar por aí. Sempre tive uma atração enorme por temas como qualidade de vida, alimentação natural, esportes individuais, equilíbrio, terapias alternativas. E quero começar a investir mais nesse lado que gosto tanto.

É o que estou programando para o ano que vem. E como só retorno em 2016, depois de um merecido descanso na praia, deixo aqui meu desejo de que 2016 seja um ano maravilhoso que faça diferença na nossa vida. Particularmente eu espero que 2016 seja um ano dedicado à descoberta da minha missão e de avanços na minha espiritualidade.

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Ainda é tempo de repensar (mais um post sobre consumo)



Meu período de ócio proporcionado pela dengue me deixou tempo de sobra para pesquisar um assunto que me interessa cada vez mais: o consumo consciente. Não sou a pessoa mais consumista do mundo - embora seja normal e goste de uma roupa novinha de vez em quando -, mas descobri que consumo consciente vai muito, muito além de não gastar.

Ainda estou apenas começando nesse caminho, mas percebi que não dá para ficar indiferente ao fato de que as indústrias conseguem vender mais barato para os consumidores porque escravizam seres humanos, poluem o meio ambiente e praticam crueldade contra os animais. Tinha uma forte desconfiança disso, claro, mas aquele documentário que mencionei (The True Cost) foi um divisor de águas.

Então timidamente, engatinhando um pouco, decidi ver como é esse troço aí. E, com sangue de jornalista correndo nas veias (e infectado pelo mosquito da dengue...rs), decidi pesquisar sobre o assunto. E vi que tem muitas iniciativas legais rolando por aí, precisando do nosso apoio. Me interessei enormemente pela troca de livros, mas o meu site preferido é justamente aquele que aborda o tema do consumo em diferentes ângulos.

Por exemplo, ele traz um guia sobre o que considerar na hora de fazer uma compra. Gosto bastante da ideia de valorizar a produção local, é algo que eu não pensava antes. E, claro, avaliar o impacto do consumo na vida do nosso planeta. Quando eu dizia que esperava que meu Iphone 5 durasse mais do que ele parece que vai durar, tinha muito a ver com o fato de que não curto a ideia de que bens que deveriam ser duráveis tenham uma morte tão rápida. Veja mais aqui http://www.akatu.org.br/Content/Akatu/Arquivos/file/NOV-AKATU-VALEq_4_Fold.pdf


Você pode ler os argumentos mais detalhados neste post incrível bem aqui http://www.akatu.org.br/Temas/Consumo-Consciente/Posts/10-Caminhos-para-Producao-Consumo-Conscientes

Abaixo deixo algumas dicas de sites úteis. Coloquei um link de uma matéria sobre feiras orgânicas em Goiânia que, sim, é para consumo pessoal. E bora se jogar nesse aprendizado.

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Sobre moda e estilo de vida consciente. Para repensar o modelo de consumo e ter informações para fazer escolhas mais conscientes. É chocante o quanto de coisas que consumimos que são fruto de trabalho escravo e da crueldade com os animais. Tem também uma pequena loja virtual com roupas usadas.


A proposta aqui é de um guarda-roupa compartilhado, em que as pessoas alugam roupas e acessórios por pequenas temporadas. O bom é que já vem com uma espécie de personal styling, pois os looks são montados


Troca de objetos. Tem ferramentas, câmeras e - fiquei chocada - até imóveis.


Dizem que a forma mais ecológica de ler hoje em dia é a virtual. Mas confesso meu total apego ao papel. Então penso que esse site, de troca de livros, é justíssimo.


Aqui rola até troca de serviços. Pena que ainda não disponibilizaram aulas de tricô...

homeforexchange.com

Para quem ama viajar é perfeito. Troca de casas por um período. Quem já viu isso num filme levanta a mão!

http://feiradetrocas.com.br/

Ajuda a promover a troca de brinquedos em sua cidade, ensinando que trocar é melhor que comprar e tentando colocar o freio no consumismo das crianças


O site que aborda os temas do consumo consciente. Para ler e refletir seriamente


Feiras orgânicas em Goiânia. Quem vamos?

quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Do inferno ao céu

Fiquei um pouco sumida por estes dias porque, para dizer a verdade, não estava me sentindo muito “evoluída” para escrever algo que pudesse ajudar quem quer que fosse. Na verdade enfrentei uma bruta TPM, em proporções que até então eu desconhecia. Só que, em vez de apenas me chatear com a presença dela (que me roubou energia e humor), fiquei observando toda a minha negatividade escondida por trás da endorfina que busco incessantemente nos exercícios. E percebi que ainda tenho muito, muito trabalho pela frente. Que mesmo com todo o trabalho terapêutico e seus impressionantes resultados, ainda posso sucumbir a momentos de extrema infantilidade que me fazem questionar o verdadeiro significado de ter 34 anos. Me dei o direito de ficar recolhida no meu “tempo de rede”, como a minha terapeuta costuma contar que as índias fazem no seu período de TPM. Mas depois que a tal se foi...que céu ensolarado! Que lindo o universo! Quanta energia acumulada pude extravasar correndo (bati até meu recorde!), cantando, dançando, sorrindo. No fim de tudo a alegria do fim da TPM foi explosiva. E constatei que viver é bom - pelo menos uns 27 dias no mês.

terça-feira, 10 de novembro de 2015

De como uma série sobre zumbis trata de evolução espiritual



Quando expandimos um pouco mais nossos horizontes percebemos que as pessoas falam de diferentes formas de um mesmo assunto que antes ignorávamos completamente. E essa sensação acontece da forma mais improvável. Aconteceu comigo quando assisti ao penúltimo episódio daquela série de zumbis.

Não vou saber dar nome aos bois (por absoluta falta de conhecimento), mas o personagem principal do referido episódio era um homem atormentado que viu a violência como a única forma de sobreviver em um mundo dominado por zumbis e pessoas desesperadas. Ele estava mentalmente doente e, quando mais acreditava na própria maldade, mais se afundava nesse buraco. Até que conheceu um psiquiatra que mostrou para ele que o passado não precisava definir o seu futuro e que, em meio àquele lodo, ele podia se reerguer e encontrar a bondade perdida no próprio coração. Tive de dar o braço a torcer e reconhecer a série, que na maioria das vezes me parecia apresentar só uma violência gratuita, tem mesmo discussões relevantes.

Achei curiosa essa história dentro de uma série sobre zumbis porque tenho visto essa mesma discussão em diferentes filmes e livros. Os livros que explicam isso da forma mais didática possível, e que já mencionei algumas inúmeras vezes por aqui, são os da Eva Pierrakos. Resumindo bem do que tratam, o Guia que teria (uso “teria” por um esforço jornalístico) ditado as palestras para ela diz que todo ser humano é composto de três camadas: o Eu Máscara (que usamos socialmente para sermos aceitos), o Eu Inferior (tudo que temos de ruim e que queremos esconder dos outros) e o Eu Superior (que seria a nossa verdadeira essência, de bondade). Quanto mais acreditamos no Eu Idelizado, que é a Máscara, mas nos angustiamos e afundamos. Quanto mais acreditamos que somos o Eu Inferior, mais nos entregamos à maldade. A saída é reconhecer que somos nosso lado ruim, sim, mas que o nosso eu mais verdadeiro é bom, puro e capaz de promover as mudanças positivas.

Incrivelmente é disso que se trata o último episódio de The Walking Dead.


segunda-feira, 9 de novembro de 2015

Um post diferente sobre minha revolta com o machismo



Leio na internet que Goiânia é a quinta capital mais violenta para as mulheres. Não tem como ler uma notícia chocante como essa sem pensar nas inúmeras vezes em que somos agredidas, mesmo que não fisicamente, pelo simples fato de sermos mulheres. É um tema que me sensibiliza cada dia mais pois percebo que, ao contrário do que eu supunha, não estamos conseguindo avançar.


O que eu são homens que se acham donos das mulheres - e, em nome do direito à propriedade, acreditam que podem até matar -, meninas ainda muito jovens defendendo o discurso de que “mulher precisa se dar ao respeito”, pessoas do nosso convívio mais íntimo corroborando a ideia arcaica de que feminismo é coisa de mulher que não gosta de homem.


Não me lembro bem onde li um texto maravilhoso que diz que, ao contrário do que muitos pensam, feminismo não é similar ao machismo. Enquanto o machismo tenta a todo custo subtrair direitos femininos, tudo o que o feminismo quer é que as mulheres tenham oportunidades iguais. Eu não quero que as mulheres dominem o mundo e, por vingança, ensinem ao homem o que é viver numa sociedade matriarcal. Acredito muito na ideia de complementar, de yin e yang, de unir qualidades que, por força da cultura, cada um de nós ressalta mais.


Embora eu tenha uma vida que muitos podem achar careta, e amar loucamente o cor-de-rosa (rs), sempre pensei que para viver em um mundo melhor a gente precisava de liberdade para sermos o que realmente somos. Para mim esta tem de ser a principal bandeira do feminismo: dar à mulher a liberdade de ser exatamente o que ela quer, sabendo que em momento algum é o homem quem vai determinar isso. Se a vida no lar cuidando dos filhos é a mais significativa, sou a primeira a defender que seja assim. Se a mulher quer viver para o trabalho, não ter filhos, se vestir com roupas consideradas masculinas, depilar, não depilar, tosar o cabelo, deixar os fios batendo no chão, casar virgem, dar para cem em uma noite - problema é dela! É tão simples que me custa perceber que tantos encarem como sendo tão complicado.


Esses dias vi uma campanha na internet sobre o primeiro assédio e, por incrível que pareça, fiquei muito chocada com os relatos. Eu tinha uma vaga noção de que toda mulher passava por algo assim, mas como é tudo sempre tão velado a gente acaba perdendo um pouco a consciência da realidade. Mas a verdade é o que assédio, a agressão contra as mulheres é diário. Até para mim que já sou adulta, bem informada e emocionalmente forte, às vezes me pego sem reação diante de certas situações. Como quando, por exemplo, estou andando na rua e ouço cantadas baratas e saio totalmente desconcertada. Minha vontade é ir lá, discutir, brigar, até bater se for o caso, mas a coragem cadê? Não me sinto protegida em um mundo em que dizem que “se mexeu é porque você estava provocando”, “ué, que é que tem, toda mulher gosta de elogio”.


Eu vejo esse tipo de coisa acontecendo o tempo todo e a única dúvida que me corrói é: será que é tudo filho de chocadeira? Onde está a empatia, onde está o respeito, o amor ao próximo? Enfim, qualquer coisa que me faça ter um fio de esperança de que um dia isso vai mudar? Acho o cenário desesperançoso porque qualquer movimento no sentido de defender a mulher é sempre visto com chacota, classificado até de esquerdista (o que tem a ver, meu Deus!!!), seguido de piadas ainda mais absurdas de pessoas que não têm noção da gravidade desse problema. Para mim há uma conexão muito sutil entre o homem que justifica o ciúme como amor e o feminicídio. Em poucas palavras: ciúme (amigão do machismo) não é bonito e é a porta de entrada para a violência.


O problema do machismo e suas consequências se combate é pela raiz. Por isso cada vez mais tenho evitado ficar calada diante de tantos absurdos. Não sei se vou conseguir mudar algo, mas só de extravasar as minhas angústias já está valendo. É isso. Só queria desabafar.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Ensinamentos budistas no livro "Meditando a Vida"



Já devo ter falado por aqui de um documentário brasileiro excelente chamado “Eu Maior”, que fala sobre os diferentes caminhos que buscamos para a felicidade. Além de apresentar algum norte para quem se interessa pelo desenvolvimento espiritual, o filme tem ainda o mérito de mostrar que não há rigidez nesta procura. Ou seja, o que serve para mim pode não ter significado para você.

Em tempos de tanta intolerância religiosa, serve no mínimo para refletir sobre isso. E aí me lembro das palavras de Buda, quando lhe disseram que já haviam ouvido muitos ensinamentos e não sabiam que caminho tomar diante de tantas “verdades”. Ele disse: “É muito simples. Ouçam com cuidado e testem. Experimentem em suas vidas. Se o ensinamento trouxer benefício, sigam diligentemente. Se não trouxer nenhum benefício, abandonem-no”.

E, como uma coisa puxa a outra, minha terapia e meu interesse pela yoga aumentaram a minha curiosidade e acabei me deparando com os ensinamentos budistas. Não sei quanto a você, mas curto bem uma lista amiga que resume tudo em poucas palavras e nos encoraja direto para a prática. Até porque foi o próprio Buda quem disse também: “Não acreditem no que eu digo, testem por si próprios”. É a única solução.

Mas testar exatamente o quê? Vamos ao que consegui extrair do livro Meditando a Vida, de Padma Samten.

- No budismo existem Quatro Nobres Verdades sobre a vida e o Nobre Caminho Óctuplo para a libertação. As Quatro Nobres Verdades são: a experiência de existência cíclica; o reconhecimento de que a experiência cíclica é criada artificialmente; a afirmação da possibilidade de dissolução da experiência cíclica; o Caminho Óctuplo, que leva à dissolução da fixação na experiência cíclica.

- São esses os oito passos do Nobre Caminho: abandonar a motivação de perseguir objetivos que não são capazes de produzir uma felicidade duradoura e colocar-se na direção daquilo que pode produzi-la; não praticar as dez ações não virtuosas em mente (avareza, aversão, má vontade para com os outros, visão herética), de corpo (tirar a vida, rouba e praticar conduta sexual indevida), de fala (falar rudimente, difamar, mentir e falar inutilmente). O quinto passo inclui quatro qualidades incomensuráveis (alegria, amor, compaixão e equanimidade) e seis perfeições (generosidade, moralidade, paciência, perseverança, concentração e sabedoria). Os três últimos passos referem-se à prática da meditação, ao desenvolvimento da estabilidade e a prática da sabedoria transcendental. O oitavo passo é o reconhecimento da pureza inerente não separativa.

Segundo o autor do livro, a forma mais tradicional de introduzir esses ensinamentos é por meio da meditação tranquilizadora, quando simplesmente nos sentamos e praticamos o primeiro dos oito passos, e os outros seguem-se naturalmente. É basicamente ouvir o ensinamento e meditar sobre ele. Mas é bom lembrar: a meditação sozinha não adianta: é preciso aplicar os ensinamentos na vida cotidiana.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Consumo consciente

Quando estava fazendo minha especialização em comunicação me deparei com um modelo interessante de consumo denominado consumerismo, em oposição ao consumismo. Foi um tema que particularmente me interessou porque sou muito controlada com as minhas finanças, mas ainda assim sinto que faço muitos gastos desnecessários com objetos que nem sei a procedência. E o consumerismo é exatamente isso: comprar com consciência, o que incluir frear os impulsos desnecessários mas também optar por um consumo ético, responsável e solidário.


Para mim não tem ação mais yogue do que a de agir conscientemente em todos os aspectos da vida. E o consumo, é claro, não poderia estar de fora. Até porque os resultados de nossas ações afetam a todos, e temos de pensar nas gerações futuras que merecem ter qualidade de vida em vez de viver em um planeta soterrado por objetos inúteis.


Há várias abordagens sobre o tema, mas sugiro aqui um documentário chamado The True Cost que conta a história não-oficial das roupas que “inocentemente” usamos, sem pensarmos no peso das nossas escolhas.




E aqui um artigo um pouco mais detalhado sobre o assunto

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Meditando a vida



Há duas formas de aprender sobre impermanência: meditando sobre o seu sentido ou vivenciando da forma mais dolorosa. Gosto de pensar que tenho a primeira alternativa à minha disposição. Mas, se é para ser sincera, confesso foi só quando estive prestes a perder algo muito precioso que a lição se fixou.

Não tem que ser assim com todo mundo. Muito sofrimento pode ser evitado quando nos atentamos para verdades tão simples. Nós buscamos incessantemente a estabilidade - na família, na profissão, na conta bancária - mas um dia nos deparamos com essa simples verdade: nada é imutável. Quantas teorias científicas que pareciam tão bem embasadas não caíram por terra? Se a ciência é assim, imagina a nossa vida.

A impermanência é uma lei universal e basta refletir um pouco sobre ela para entender como é verdadeira. Imagine-se há 10, 15 anos atrás. Quem você era? Onde morava? Com quem se relacionava? Quais as pessoas que você temia que não fizessem mais parte da sua vida e que agora se foram - e, para dizer a verdade, você nem sente tanta falta delas?

Não digo que é fácil perceber que aquilo pelo qual lutamos já não nos pertence mais. Deixar ir é uma tarefa muito difícil - e os casos de violência contra a mulher (recheados com boas doses de machismo) estão aí para mostrar que é preciso muita maturidade emocional para entender essa dinâmica da vida. Mas pensar um pouco sobre tudo isso pode ser uma boa maneira de evitar sofrimentos desnecessários.

Por isso deixo aqui uma indicação de leitura muito legal sobre isso. É o livro “Meditando a vida”, do Lama Padma Samten, que reflete sobre estes e outros princípios do budismo. É um livro tão leve, gostoso e cheio de sabedoria que seria uma pena não escrever aqui sobre ele.

O livro fala sobre as práticas na vida cotidiana (é bom saber que a gente não precisa virar monge para evoluir espiritualmente!), meditação, superação de crises e paz no cotidiano. Vai fazer a diferença para quem começa a trilhar este caminho de evolução espiritual.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Yoga requer vivência

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Pouco adianta ler sobre os princípios da yoga sem vivenciá-los em seu cotidiano. Yoga requer prática, rotina e determinação para alcançar os resultados desejados. Requer sobretudo uma postura amigável consigo mesmo, de persistência sem violência contra a própria natureza.

Para o ansioso em particular, é comum querer os resultados para ontem. Mas eles só aparecem com o tempo, e cada pessoa tem o seu. Pela mesma lógica deve-se afastar a tendência de se martirizar toda vez que não você consegue alcançar os resultados que, para outros, parecem tão óbvios. Comece nesta nova vida com calma e respeito ao seu ritmo.

Entender o seu ritmo, contudo, não é desculpa para a displicência. O trabalho de abandonar a ansiedade por meio da yoga tem de ser mesmo de formiguinha, ou seja, avançar cada dia um pouco. Nos meus primeiros dias de aulas de yoga já senti necessidade de incorporar os exercícios na minha rotina diária. Fez toda a diferença. Tentava me recordar das aulas e, se tivesse dificuldade, recorria a vídeos na internet. Ajuda muito, desde que se tenha o cuidado de buscar as aulas para seu estágio de aprendizado. Depois passei a procurar as posturas em livros e revistas. O Meditando com o Yoga, do Stephen Sturgess, por exemplo, traz sugestões de práticas diárias de 15 minutos, meia  hora, duas horas. Recomendo a leitura.

Não creio que a prática em casa substitua as aulas. Embora eu tente me desconectar de tudo durante o período que destinei para o relaxamento, a concentração não é a mesma da que conquisto durante uma aula. E a experiência e conhecimento do professor são fundamentais em qualquer processo. Por isso tenha isso em mente: unir aulas e rotina diária é que fará a diferença na sua vida.

Deixo aqui uma sugestão de sessão matinal de 15 minutos (do livro que mencionei acima), que tem o intuito de energizar e conferir maior vitalidade para o seu dia. São dois vídeos e um link com explicações detalhadas.

Práticas de purificação

·         Nadi Shodhana - 5 minutos
·         Agnisara Kriya - 5 minutos

Prática de meditação
·         Hong Sau - 5 minutos
·         Hong Sau

É fato: a cura depende de trabalho integrado entre corpo e mente

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Quanto mais mergulho no conhecimento sobre Yoga, mais acredito na doutrina advaita que diz que nada se passa na mente sem que o corpo manifeste e nada se passa no corpo sem que a mente acuse, como bem descreveu o professor Hermógenes no livro Yoga para Nervosos. Hoje acredito na necessidade de se fazer um trabalho integrado para que seja possível a cura das doenças do corpo e da alma. Nenhum cuidado com si mesmo pode ser negligenciado.

Essa percepção eu tive de forma muita clara na Terapia Energética Corporal, que realizo desde outubro do ano passado. Esta técnica tem como eixo a conexão entre energia, vida e consciência (saiba mais no linkhttp://www.dimascalegari.med.br/tecnica.htm). Por meio dela o terapeuta nos estimula a falar sobre o que sentimos naquele exato momento e, na sequência, o corpo é trabalhado de forma a liberar as emoções, sentimentos e crenças.

É o momento em que você percebe vários bloqueios desenvolvidos ao longo dos anos. No meu caso sinto que o bloqueio mais forte é o do anel diafragmático, o que segundo Dimas Caligari, que é quem desenvolve o trabalho no Brasil, dificulta a digestão e causa um controle excessivo das emoções.

Funciona mais ou menos assim: ao me deparar com algum sentimento que temo não saber lidar, inconscientemente escolho reprimir em vez de vivenciar. E faço isso comprimindo o meu diafragma, o que gera desconfortos e até doenças no corpo.

A Yoga é de grande ajuda neste sentido, pois fortalece e relaxa as áreas onde vamos desenvolvendo nossos bloqueios. A ansiedade, claro, é um desses males que afetam enormemente a nossa saúde. Por isso é preciso combatê-la em várias frentes. 

Não adianta apenas engolir um remédio que serve apenas para mascarar a causa. Esta precisa ser diagnosticada, compreendida e trabalhada para ter o seu padrão modificado. E é justamente isso que as posturas da yoga fazem: elas interferem na mente expandindo-a, acalmando-a, flexibilizando-a e possibilitando a cura de forma integrada.

O momento presente manda a ansiedade embora

Em uma aula de yoga você vai sempre perceber que o professor te convida sempre a vivenciar o momento presente. Ele não fala em algo abstrato, como se fosse preciso abandonar todos os seus afazeres para viver uma “vida louca”. Perceber o seu corpo, as luzes do ambiente, as sensações, tudo isso te tira da armadilha da mente que te deixa preso ao passado – o que te deprime – ou ao futuro – o que te enche de incertezas e ansiedade.

A mensagem mais transformadora que a yoga pode ensinar é essa: viva o presente. O agora é o melhor caminho para a felicidade. Tente neste momento: em vez de pensar nas tarefas que têm, só perceba a sua respiração. Ou o aroma da sala. Foque exatamente no que você está sentindo. Isso é desenvolver a atenção plena.

Claro que no começo não é tão simples, porque um padrão errado já foi estabelecido ao longo dos anos. Mas saiba que o ruído interno incessante pode ser dominado. Tudo é uma questão de ser gentil consigo mesmo durante o aprendizado e não se martirizar toda vez que seus resultados não corresponderem aos seus esforços.

Um livro interessante que sobre os benefícios do silêncio é O Poder do Agora, de Eckhart Tolle, que é denominado de guia para a iluminação espiritual. Nos primeiros capítulos o autor fala da nossa identificação com os nossos pensamentos, que nos faz acreditar que são a nossa essência. A verdade, contudo, é que não somos os nossos pensamentos.

Perceber isso requer um pouco de prática. Você deve acionar um “Eu Observador”, algo que está além da sua mente e te permite observar os seus pensamentos. Tente fazer isso agora, ao ler essas palavras. É provável que você formule algum julgamento sobre elas. Preste atenção ao que sua mente diz. Aquele que observa o que você diz é o seu Eu Observador.

Essa é uma forma de se perceber seus padrões destrutivos e concepções errôneas que carrega. Frases que repetimos a todo momento – não sou competente para isso, não sei cuidar de animais, não consigo guardar dinheiro – e que acabamos por estabelecer como verdade suprema aos poucos vão ruindo.
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Porém, tão ou mais importante do que observar os pensamentos é fazer o esforço para viver mesmo no agora. Se tudo isso te parece abstrato demais, uma forma interessante de começar é tentando a meditação do chá

Veja como ela é feita:

* Prepare um chá de sua preferência.
* Escolha uma música bem tranqüila e suave.
* Sente-se numa posição confortável e procure relaxar o
corpo e a mente.
* De olhos fechados, comece a tomar o chá gole por gole, bem devagar.
* E aos poucos, relaxe o corpo enquanto absorve o calor do chá.
* Concentre-se em cada gole, sem pressa alguma.
* Sinta a gostosa sensação do chá aquecendo-o por dentro.
* Faça isso com bastante calma e suavidade.

Com um pouco de prática é possível fazer isso em outros momentos da sua vida. Além de ajudar a reduzir a ansiedade, esse tipo de exercício te faz ficar mais focado nas suas atividades rotineiras. 

Saiba porque você é ansioso e como a yoga pode mudar esse padrão

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terça-feira, 20 de outubro de 2015

Meditando com Yoga


Confesso: comprei mais um livro sobre yoga. Eu simplesmente não consigo superar este assunto! Aliás, quando mais leio, mais me interesso. É tanta coisa para aprender! Ontem, como tinha trabalho no shopping (sim, minha profissão tem momentos inusitados), passei na livraria e encontrei o “Meditando com o Yoga”, do Stephen Sturgess. Parece ótimo, acho que devia ter começado meus estudos por aí. Explica de forma bem simplificada os princípios da yoga, traz exercícios de respiração e meditação, posturas...além de ser lindamente ilustrado. Só passei para deixar essa dica.


terça-feira, 6 de outubro de 2015

Corpo e mente: tudo junto e misturado

A doutrina advaita defende - simplificando bem aqui a minha explicação - que nada se passa na mente sem que o corpo manifeste e que nada se passa no corpo sem que a mente acuse. É isso que tenho aprendido desde que comecei a minha terapia, há um ano. É incrível como o corpo nos comunica coisas que a mente insiste em esconder. Foi prestando atenção nos efeitos que cada gesto ou palavra fazem no meu corpo que comecei a identificar as situações que me incomodam e as pessoas com quem não me relaciono bem.

A minha parte exigente, por exemplo, adora atacar a área que fica ali no estômago (anatomia não é o meu forte, então ignore qualquer erro grotesco...rs). Quando alguém me magoa, o coração fica bem pequeninho e apertado (ah, essa é fácil!!!...rs). E a raiva acerta em cheio o pobre do meu diafragma. Descubro que tive dias difíceis quando, na terapia, encontro vários pontos de tensão espalhados pelo corpo. Tensões que vão muito além ali da região das costas. Aí é um sofrimento só para desbloquear tudo isso. Minha mandíbula, outro ponto onde acumulo a raiva, até hoje não está pronta para partir para o mundo (rs).

Na terapia corporal esse trabalho é bem direcionado, mas a yoga também é maravilhosa para aprendermos a descontrair todos os membros do nosso corpo. Por isso, quando desenrolo o meu tapetinho, tento fazer um trabalho que alcance os grupos musculares dos pés à cabeça. É um trabalho intuitivo, claro, porque ainda não estudei yoga como pretendo (um plano para o futuro!).

Depois que tomei consciência de como corpo e mente no final são uma coisa só, parei de me envergonhar pelos muitos minutos dedicados a atividades como natação, luta, bicicleta, corrida...Realmente percebi como tudo isso me faz muito, mas muito bem, e vi que não era só a questão estética que contava. Hoje, se minha mente está me enlouquecendo, me entrego sem culpa a qualquer coisa que me ajude a voltar ao meu centro. E, quando sou eu quem já estou no comando, gosto de fazer a meditação para me manter equilibrada.

Em breve serei muito boa nisso tudo.