terça-feira, 10 de novembro de 2015

De como uma série sobre zumbis trata de evolução espiritual



Quando expandimos um pouco mais nossos horizontes percebemos que as pessoas falam de diferentes formas de um mesmo assunto que antes ignorávamos completamente. E essa sensação acontece da forma mais improvável. Aconteceu comigo quando assisti ao penúltimo episódio daquela série de zumbis.

Não vou saber dar nome aos bois (por absoluta falta de conhecimento), mas o personagem principal do referido episódio era um homem atormentado que viu a violência como a única forma de sobreviver em um mundo dominado por zumbis e pessoas desesperadas. Ele estava mentalmente doente e, quando mais acreditava na própria maldade, mais se afundava nesse buraco. Até que conheceu um psiquiatra que mostrou para ele que o passado não precisava definir o seu futuro e que, em meio àquele lodo, ele podia se reerguer e encontrar a bondade perdida no próprio coração. Tive de dar o braço a torcer e reconhecer a série, que na maioria das vezes me parecia apresentar só uma violência gratuita, tem mesmo discussões relevantes.

Achei curiosa essa história dentro de uma série sobre zumbis porque tenho visto essa mesma discussão em diferentes filmes e livros. Os livros que explicam isso da forma mais didática possível, e que já mencionei algumas inúmeras vezes por aqui, são os da Eva Pierrakos. Resumindo bem do que tratam, o Guia que teria (uso “teria” por um esforço jornalístico) ditado as palestras para ela diz que todo ser humano é composto de três camadas: o Eu Máscara (que usamos socialmente para sermos aceitos), o Eu Inferior (tudo que temos de ruim e que queremos esconder dos outros) e o Eu Superior (que seria a nossa verdadeira essência, de bondade). Quanto mais acreditamos no Eu Idelizado, que é a Máscara, mas nos angustiamos e afundamos. Quanto mais acreditamos que somos o Eu Inferior, mais nos entregamos à maldade. A saída é reconhecer que somos nosso lado ruim, sim, mas que o nosso eu mais verdadeiro é bom, puro e capaz de promover as mudanças positivas.

Incrivelmente é disso que se trata o último episódio de The Walking Dead.


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